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Autossabotagem

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Autossabotagem
 

Então, se a procrastinação perturba o nosso bem-estar, qual será a razão para  sucumbirmos a esta autossabotagem? 

Segundo Christian Dunk isto deve-se ao gatilho da recompensa imediata, ou seja, quando adiamos algo desagradável, ganhamos uma sensação de prazer e de alívio instantâneas.

Os procrastinadores crónicos normalmente têm uma baixa autoestima, o que muitas vezes os leva a sabotarem as suas próprias ações, por medo de falharem. 

Contudo, existem diversos sabotadores internos, que vamos abordar de seguida. 

  • Crítico: sabotador universal, que em maior ou menor grau, todos temos. Este sabotador faz com que vejamos defeitos em nós, nos outros e no mundo, provocando uma sensação constante de raiva, arrependimento, culpa, vergonha ou ansiedade. Este é aquele sabotador que está constantemente a levar-nos a fazer comparações e, normalmente, comparações do melhor dos outros com o pior de nós, que é a comparação mais injusta possível. Para a pessoa com este sabotador, a tarefa realizada está sempre abaixo das expectativas, o que a levará a ser humilhada, logo, ela acaba por procrastinar na realização ou entrega de trabalhos. 
  • Insistente: sabotador perfecionista, com necessidade de ordem, organização e autocontrolo. Normalmente a pessoa com este sabotador trabalha em dobro porque acha que a forma dela é que está correta. Isto provoca deceção, frustração e angústia, pois nem ela nem os outros correspondem às suas elevadas expectativas. Isso pode levar a que ela protele a entrega do trabalho até estar perfeito o suficiente. 
  • Prestativo: sabotador que leva a pessoa a tentar ajudar e agradar a todos de forma a receber aceitação, amor e apreço, ou seja, deixa de parte as próprias necessidades para dar resposta às necessidades do outro. A pessoa com este sabotador está constantemente a pensar que está a ser egoísta se se focar nas suas próprias necessidades. Por essa mesma razão, acaba por ter muita dificuldade em dizer que não a novas tarefas ou necessidades de outros, levando-a a protelar as suas próprias tarefas em prol dos outros. 
  • Workaholic: é um sabotador que leva a pessoa a estar muito focada no seu desempenho público. Quando a pessoa com este sabotador considera que um desafio pode ser grande demais para si e que não vai conseguir fazer um trabalho excelente, ela prefere nem começar do que correr o risco de manchar a sua imagem. Isto acontece porque ela associa o seu valor pessoal ao sucesso das suas realizações. Contudo, quando esta pessoa procrastina pode, muito possivelmente, entrar em depressão, isto porque a não realização leva-a a sentir-se desgastada e dececionada consigo mesma. 
  • Vitimizador: é um sabotador que leva a pessoa a sentir-se constantemente criticada e mal-compreendida. Por causa desse sentimento a pessoa acaba por se esconder mais e ameaça desistir sempre que o desafio se torna difícil uma vez que “tudo sempre corre mal”. Essa é a principal causa da sua procrastinação.
  • Hipervigilante: é um sabotador que faz a pessoa estar constantemente alerta para todos os perigos que podem acontecer a si ou à sua volta. Esta é uma pessoa que dramatiza os cenários, por exemplo, “se entregar um mau trabalho vou ser despedido”, levando a desgastar toda a sua energia com estes pensamentos e a não reservar nenhuma para efetivamente fazer o que precisa de ser feito. No final, a pessoa acaba por procrastinar por falta de energia e medo da dramatização que fez do cenário. 
  • Inquieto: é o sabotador que leva a pessoa a estar constantemente ocupada, com a agenda sempre preenchida, com milhares de coisas para fazer, a querer sempre mais tarefas para sentir mais adrenalina. Contudo, esta pessoa não tem qualquer tipo de produtividade pois está constantemente dispersa à procura de mais, ou seja não consegue desenvolver um foco real e raramente se mantém até à meta final. 
  • Controlador: tem necessidade de assumir a responsabilidade por tudo, pois, tal como no sabotador insistente, a pessoa acha que a sua forma é a única correta e, por isso, tenta controlar tudo. Para esta pessoa é 8 (está no controlo) ou 80 (está fora do controlo), e se este último for o caso, então surge a procrastinação, pelo desconforto de estar sem controlo. 

O mais importante de conhecer estes sabotadores é compreender qual o que mais nos influencia (pois, na verdade, até podem ser vários) e trazê-lo para a consciência. 

Quando agimos com consciência, tal como o PSAI, nós vamos conseguir agir antes do gatilho ocorrer, ou seja, se soubermos que temos uma tendência a ter o sabotador inquieto, sabemos que devemos aprender a dizer não e terminar as tarefas que temos em mãos até poder aceitar novas. Este autoconhecimento é que vai fazer com que sejamos nós a controlar a nossa vida e não os sabotadores a controlá-la.