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As 7 dicas para melhorar a tua Inteligência Emocional

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Neste artigo, vamos aprender um pouco sobre como é que, na prática, podemos melhorar a inteligência emocional. 

Assim, vamos a sete dicas para te ajudares, e ajudares também os teus, a melhorar a inteligência emocional.  

 A primeira das dicas é: identificar os sentimentos. A prática do Mindfulness, também conhecida por atenção plena, ajuda-nos a essa identificação. 

Todas as nossas emoções, todos os nossos sentimentos também, manifestam-se fisicamente no nosso corpo. Os sentimentos mais na zona do peito e as emoções mais nas zonas das vísceras. Parece uma pequena sensação, que manifesta a formação da emoção ou do sentimento. Por outro lado, o padrão da respiração também se altera quando as nossas emoções se tornam mais à flor da pele. Então, aprender a identificar os sentimentos e sensações no corpo, é uma dica muito útil para ganharmos consciência emocional. 

Outra coisa que nos ajuda muito, nesta questão da consciência emocional, é termos nome para as emoções. Conseguirmos compreender que emoção é que estamos a sentir, em que momento. É preciso ir aprendendo a catalogar as nossas emoções para, de facto, termos consciência de qual é a emoção que estamos a sentir, qual é a sua origem, para que possamos ajudar-nos a libertar-nos, depois, delas. 

Outro aspeto, sem dúvida muito importante, é aprendermos a aceitar as emoções negativas. De facto, quando há a formação de uma emoção negativa e quando a tentamos rejeitar, ela acaba por se tornar mais explosiva. Então, quando identificas que tens uma emoção menos positiva, ou mais negativa, que está em surgimento, respira fundo e sente a emoção. Nem sequer é preciso contar até 10. Há muitas pessoas que dizem que é preciso contar até 10, não é preciso. É preciso, sim, decidir começar a contar, ou seja, no momento em que identificas esta emoção, percebes que ela é negativa e permites que ela flua, ela vai libertar-se muito rapidamente. Lembra-te de que as emoções têm um pico de ação de, mais ou menos, 7 segundos. Depois, têm tendência a libertarem-se.  

Então, isto ajuda-nos a desenvolver também algum sentimento de empatia, connosco, antes de mais. Não é muito possível desenvolvermos empatia, verdadeira e autêntica, com outras pessoas à nossa volta, quando nós não aprendemos a desenvolver esta empatia em relação a nós próprios. Portanto, primeiramente em relação a mim, em relação às minhas emoções, e depois também, quando eu for reconhecendo as emoções das outras pessoas, vou desenvolvendo mais a compaixão e a empatia, tão úteis nas nossas relações. O que implica, naturalmente, aceitar os sentimentos dos outros, porque, de facto, eles são tão legítimos como os teus. Agora, claro, começa tudo por dentro. Temos de aprender a aceitar as nossas emoções e sentimentos e a reconhecê-los, para depois começarmos também a reconhecer e a aprender a aceitar nas outras pessoas, tão importante para reduzir muitos atritos. 

Então, este é o primeiro no grupo das dicas.  

O segundo grupo das dicas é: sermos capazes de apreciar as emoções. Sem rejeições. Mesmo quando as emoções não são muito agradáveis, elas transmitem uma mensagem. No fundo, é uma forma do subconsciente ou do corpo comunicar, e, portanto, é preciso aprendermos a aceitar este fluxo emocional. Este vai e vem emocional. Então, a primeira questão é mesmo a aceitação sem desprezo. Sem desprezar emoções que, à partida, não interessam.  

Recordo também que, quando não aceitas uma emoção, quando desprezas uma emoção, ela vai manifestar-se quando menos esperas. 

Assim sendo, outra atitude que também vem do Mindfulness, mas que incluímos neste grupo, é uma atitude de não-julgamento, em relação às emoções. Tenta perceber, tenta ter alguma curiosidade para compreender qual é, de facto, a mensagem que cada emoção está a tentar transmitir.  

O terceiro grupo é: sermos capazes de investigar. É isso que eu te dizia anteriormente. Quase como com um espírito de detetive, esta atitude de curiosidade, ir mais fundo, tentar procurar as mensagens, compreender as necessidades do teu inconsciente, que estão a ser manifestadas por aquelas emoções. Portanto, se sentes alguma raiva, por exemplo - alguma cólera, alguma raiva, alguma ira -, isso manifesta alguma expectativa que tu tinhas, alguma necessidade de cumprimento de alguma expectativa, ou de alguns valores que tinhas expectativa de que fossem alcançados, que, de facto, não estão a ser cumpridos ou que aquelas tuas necessidades não estão a ser suprimidas. Então, o teu corpo fala, o teu corpo manifesta-se através das emoções, precisamente para mostrar que o teu inconsciente não está satisfeito, não está contente e precisa que tenhas um pouco mais de atenção. 

Esta atitude quase de detetive é muito útil para o desenvolvimento da autoconfiança. Porque, à medida que vamos mergulhando nas nossas emoções, reconhecendo e aprendendo determinados padrões emocionais, vamos sendo mais previsíveis. Com esta previsibilidade, não importam tanto as circunstâncias, porque vais permanecer com o lócus de controlo, ou seja, as tuas decisões vão ser tomadas tendo em conta, naturalmente, as emoções, mas não vão ser tomadas impulsivamente, sem elas. Não vão ser tomadas impulsivamente, sem teres consciência, muitas vezes, de que é esta emoção que te está a impulsionar para um determinado comportamento. Há muitas pessoas que são muito hábeis na gestão das emoções dos outros, ou seja, picar determinadas emoções, no fundo, para que o outro perca o lócus de controlo da situação; comece a ter comportamentos mais erráticos, normalmente associados às emoções. Então, desenvolve a autoconfiança, não importa quais são as circunstâncias. Tu tens sempre o poder de decidir a forma como vais reagir e assim não perderás o lócus de controlo.  

No entanto, tens de ter consciência das tuas causas, daquilo que realmente é importante para ti.  

Lembra-te também daquilo que falámos em relação à assertividade, ou seja, tentar comunicar da forma certa o teu ponto de vista e não deixares que o teu ponto de vista seja desprezado ou menosprezado, pelo menos, não se isso for importante para ti. 

O quinto grupo é: encarar o futuro. Encarar o futuro no sentido de fazeres um trabalho prévio, de te preparares para emoções negativas. Só nos podemos preparar para emoções negativas quando estamos acostumados, também, a sentir emoções positivas. Quando estamos habituados a criar cenários positivos, possibilidades positivas. Muitas vezes, temos a tendência para criar uma visão catastrofista e radical das situações. Quando não estamos preparados para determinadas surpresas emocionais, ou quando as emoções nos apanham de surpresa, tendemos a criar cenários catastrofistas. Então, temos de aprender a desenvolver esta confiança e isso é aprender a desenvolver a gratidão, essa fonte imensa de energia positiva. Também começamos a acreditar que as coisas podem correr bem, não têm obrigatoriamente de correr mal. 

Em relação a esta questão das emoções negativas, eu costumo dar muitas vezes o exemplo de duas mãos de sal. Imagina que eu tenho duas porções de sal, exatamente iguais, em cada uma das minhas mãos. Vou distribuir a porção de sal da mão direita, num pequeno copo de água, vou mexer para dissolver e depois vou beber. Naturalmente, a água vai-me parecer salgada.  Entretanto, vou despejar a outra mão de sal num tanque com 200 litros de água, dissolver bem, mexer bem. Depois bebo um copo e, se calhar, praticamente não vou notar o sal. Então, isto para te dizer que aquilo que importa não é tanto a quantidade de sal, mas a forma como está dissolvido. 

Portanto, é preciso, quase diariamente, treinarmo-nos para emoções positivas, para que tenhamos mais resiliência e mais flexibilidade, no momento em que formos surpreendidos por emoções positivas, o que é inevitável. Em algum momento, de certeza que as emoções negativas nos vão surpreender. 

Outra dica é: movimento. Como sabes, a forma de manter o equilíbrio é, de facto, o movimento. É quase como andar de bicicleta: se tentares parar, podes cair. Então, com movimento, eu quero dizer criar rotinas, criar objetivos, compromissos e também muito, muito importante aprender a celebrar pequenas vitórias. A ficar grato, agradecido e feliz por pequenas vitórias no nosso dia a dia.  

Nós temos o hábito de desvalorizar os pequenos sucessos e de hipervalorizar os fracassos, por muito pequenos que sejam. Temos de aprender a fazer ao contrário: valorizar mais os nossos pequenos avanços, as pequenas vitórias, mesmo que sejam muito pequeninas, para depois termos mais flexibilidade para amortecer as emoções negativas ou os pequenos fracassos.  

Depois: pensar em grande. Não há dúvida de que devemos pensar em grande, e sonhar, e acreditar que podemos alcançar todos os nossos sonhos. Mas, para os alcançarmos, é preciso agirmos passo a passo. Pequenos passos - baby steps -; um passo de cada vez; um dia atrás do outro; uma hora atrás da outra; um momento atrás do outro. É preciso estruturar mentalmente esta ideia, para vencermos também a procrastinação, para fazermos pequenas coisas e irmos celebrando as pequenas vitórias, pequenos passos, pequenos avanços. Portanto, é muito importante que, de facto, nos possamos manter em movimento, tenhamos a ideia de que nos estamos a manter em movimento.  

O último grupo das dicas é: compreender que a vida é um processo. Vamos sempre encontrar episódios desagradáveis, que nos vão surpreender pela negativa. Fazem parte e, muitas vezes, até são a possibilidade para nos trazer novas aventuras ou novas possibilidades.  

Eu também costumo contar uma história sobre um lavrador que tinha um cavalo e que, com esse cavalo, lavrava os seus terrenos. Então, um dia, o cavalo fugiu e todas as pessoas na aldeia ficaram muito preocupadas a dizer:Ah! Então o teu cavalo fugiu e agora o que é que vai ser de ti?” E o lavrador, que era um senhor que vivia nas montanhas, um senhor já de idade, respondeu: “Não sei, sinceramente não sei o que é que vou fazer”.  

No dia seguinte, o cavalo voltou e trouxe duas éguas muito jovens e com muita energia, com muita vitalidade, e todas as pessoas lá da aldeia ficaram muito felizes a dizer: “Ah! Então agora vais poder lavrar os teus terrenos bastante mais vezes e até, se calhar, vais poder produzir potros. Tu estás rico! Agora ficaste rico com esta fuga do cavalo, que afinal agora trouxe as éguas”. E o lavrador quase que nem reagiu. Depois, entretanto, as éguas eram selvagens e uma delas era particularmente bravia, particularmente enérgica, e o filho do lavrador, que era quem o ajudava no trabalho dos terrenos, tentou domesticá-la, mas a égua atirou-o para o chão e o rapaz partiu-se todo. Então, todas as pessoas lá da aldeia ficaram muito preocupadas: Aí, agora vais morrer à fome, porque era o teu filho quem te ajudava a lavrar os terrenos e agora já não te vai poder ajudar e, portanto, não vais poder fazer a tua colheita, e se calhar vais morrer à fome”. O lavrador também não reagiu.  

O que é certo é que, alguns dias depois, vieram uns senhores do recrutamento, do exército, e levaram todos os rapazes - adolescentes, da idade do filho deste lavrador -, para a guerra. Claro que o filho deste lavrador, como estava em convalescença - estava todo partido, ligado, a recuperar da queda - ficou e não foi levado para a guerra, onde houve uma grande mortandade. 

Concluindo, aceitar que, de facto, às vezes aparecem-nos episódios desagradáveis, mas eles não são assim tão maus. Trazem-nos, muitas vezes, novas possibilidades que desconhecemos. Então, aprender a aceitar! No entanto, assumir a responsabilidade sobre aquilo que depende de nós. Não importam assim tanto as circunstâncias em que vivemos, aquilo que importa de facto é aquilo que fazemos com as circunstâncias em que estamos. E isto é num dia atrás do outro. Por isso, é importante recomeçar. A cada dia, temos a possibilidade de recomeçar. De começar de novo, de começar fresco e com este olhar otimista. Se treinares progressivamente este olhar otimista, a capacidade de aceitar as tuas emoções, reconhecê-las, nomeá-las, vais perceber que vais aumentar a tua resiliência e os teus estados emocionais vão ser bastante mais estáveis. Consequentemente, desenvolverás a inteligência emocional.